Durante o estágio convivi com dois alunos com Síndrome de Down. Um deles, especialmente, era muito bem quisto por mim. Quando comecei a acompanhá-lo, me envolvi afetivamente e comecei a protegê-lo demais: via nos colegas um perigo de machucá-lo ou de entristecê-lo com brincadeiras de mau gosto e mais agressivas.
A situação chegou a tal ponto que ele estava no terceiro ano do primeiro ciclo e eu comecei a levá-lo para a turma de alfabetização, sendo que ele já era alfabetizado...
A Supervisora Pedagógica fez uma intervenção bem bacana, mostrando que ele poderia ter algumas dificuldades sim, mas que também tinha superações, sucessos no seu percurso escolar e que as dificuldades que eu percebia eram para serem superadas e não negadas. Vieira (2005, p. 44) também aponta que é preciso identificar "as 'eficiências' dessa criança e não só suas 'deficiências'".
Sobre isso, Oliveira (2002a, p. 107) nos ensina que a escola, ou o processo educativo, contém em si as marcas da desigualdade. Nesse sentido, ao proteger o aluno, na verdade eu estava impedindo que ele desenvolvesse suas potencialidades. Talvez eu até duvidasse do potencial desse aluno pelo fato de ele ter necessidades educacionais especiais. E estabeleci uma relação de poder com ele, onde eu detinha o poder de protegê-lo e impedir que qualquer coisa desagradável acontecesse.
Cabe agora começar a compreender melhor as especificidades da Síndrome de Down e de outras necessidades educacionais especiais, assim como observar mais o tipo de relação que construo com os estudantes.
Cabe agora começar a compreender melhor as especificidades da Síndrome de Down e de outras necessidades educacionais especiais, assim como observar mais o tipo de relação que construo com os estudantes.
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