quinta-feira, 18 de junho de 2015

Escola Pública ou Particular?


Durante o estágio na Escola da Serra, a partir do 6º período, comecei a sentir vontade de fazer estágio em uma escola pública. A influência para isso foi de um texto de Peres (2004, p. 150) sobre as pedagogias legitimistas e relativistas, a partir de Claude Grignon:

"[...] temos que ter o cuidado de não desprezar aquilo que nossos alunos são e sabem, por causa de sua condição de pobreza, Isso significaria anulá-los como pessoas [mas também] não podemos nos deixar levar por um exagerado sentimento de 'justiça social', aceitando qualquer prática, qualquer atitude, qualquer comportamento dos nossos alunos. Significa que não podemos nos acomodar, aceitando tarefas mal feitas, incompletas, trabalhos feitos de qualquer jeito. Aceitar esse tipo de coisas e justificar dizendo 'coitadinhas das crianças, elas não conseguem fazer melhor do que isso', é induzir essas crianças ao fracasso, é convencê-las de que elas têm pouco ou nenhum valor, pouca ou nenhuma capacidade.
Uma criança carente merece receber da escola mais do que aquilo que os programas compensatórios oferecem — merenda escolar, assistência social, etc. Essa criança merece ser respeitada e considerada em relação às limitações que sua condição socioeconômica lhe impõe. E merece, principalmente, receber uma educação de boa qualidade, bons materiais didáticos, etc. É preciso que a escola as prepare para a vida, mas não simplesmente para a vida que levam, e sim para que possam melhorar de vida. E isso elas conseguirão compreendendo a própria realidade e percebendo-se como capazes de transformá-la. Se nós conseguirmos fazer com que uma criança que vive num ambiente de extrema pobreza se sinta capaz de aprender e realizar as mesmas coisas que outras crianças que têm uma qualidade de vida mais elevada, então nosso trabalho não terá sido em vão".

A vontade de ir para a escola pública foi compreender o potencial transformador da Educação. Não que não haja nada para transformar com crianças da classe média, mas a pobreza é um problema social muito triste e eu quero me comprometer com a criação de possibilidades de mudança da vida de crianças pobres em um processo onde elas se tornem autônomas e protagonistas do seu próprio sucesso profissional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário