sexta-feira, 19 de junho de 2015

Práticas para o Lar

Durante o estágio percebi que as atividades são as mesmas para meninos e meninas: Capoeira, Ed. Física, Dança, Música, Artes Plásticas e Teatro, além de serem mistas as turmas regulares.

Lembrei-me de quando era criança e estudava no Instituto de Educação. Na Ed. Física ficávamos separados em grupos de meninos e meninas. Tínhamos também as disciplinas "Práticas pra o Lar" para as meninas e "Práticas Industriais" para meninos. Em "Práticas para o Lar" aprendíamos a fazer crochê, cozinhar, fazer artesanato e boas maneiras. Eu nem tinha acesso à sala de "Práticas Industriais".

Segundo Souza (2004, p. 29) isso já era comum desde o início do século passado:

Ainda para educar as mãos, e com elas o corpo inteiro, existia a disciplina de Trabalhos Manuais, cujos conteúdos reforçaram, significativamente, diferenças entre o tratamento dado aos corpos dos meninos e das meninas. Enquanto a elas eram ensinados trabalhos domésticos, em especial costura e bordado, eles aprendiam a manusear ferramentas para trabalho em madeira, metal e papel.
Oliveira (2002, p. 109) aponta um fator importante também a ser considerado: a escola que prepara para a divisão social e técnica do trabalho. No caso desta postagem, pode-se pensar que a escola publica preparava seus estudantes para o trabalho braçal: as meninas para serem donas-de-casa e os meninos, trabalhadores industriais.

Não que crianças e adolescentes não possam aprender a cuidar da casa ou a fazer trabalhos braçais. Mas a questão é: com qual objetivo? Preparar para a vida ou reforçar a desigualdade social?

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