Durante o estágio, percebi que as crianças primeiro eram convidadas para pensar em como adicionar quantidades do que aprender o algoritmo, ou seja, o modo sistematizado de representar a adição: 3 + 2 = 5.
No caso, a professora apresentava um problema e as crianças tinham que resolver. Por exemplo, se eu tenho 8 laranjas e compro mais 4, com quantas eu fico?
As crianças também podem usar calculadora já nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em atividades específicas como, por exemplo, a representação numérica no Sistema de Numeração Decimal (SND). Ou para aprender a sequência numérica, digitando os números na ordem correta: 1, 2, 3...
Sobre isso, Bertoni (2002a, p. 51-52) explica que a tendência atual é de que as crianças aprendam a resolver situações-problema, ou seja, que as estratégias pessoais de cada criança são válidas para que elas desenvolvam o cálculo mental, o raciocínio matemático e a capacidade criativa. Nesse sentido, ao citar Chevallard, a autora destaca que é importante que as pessoas resolvam os problemas matemáticos com as ferramentas que conhecem e sabem utilizar.
Com o tempo, as crianças já são capazes de sistematizar o conhecimento matemático e isso também é feito. Mas não é mais o ponto de partida para o ensino das operações matemáticas.
Um dos livros utilizados na Escola da Serra, como acervo da biblioteca da sala de aula, é "A Família Gorgonzola" de autoria de Eva Furnari. Nesse livro, são apresentadas situações-problema que as crianças têm que resolver, mas não é necessário sistematizar formalmente os cálculos: cada criança vai resolver os problemas da forma que achar mais adequada.
Isso é muito interessante de ser observado na sala de aula porque, quando a professora pergunta como cada criança chegou ao mesmo resultado, é comum que sejam apresentadas várias maneiras diferentes de resolução de um mesmo problema.
Créditos da Imagem: Iara
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