A partir do estágio docente obrigatório comecei a acompanhar a remuneração docente e as condições de trabalho. Foi uma curiosidade que surgiu naturalmente e passei a me interessar pela formação e atuação docentes.
Uma das questões que mais me chama a atenção é a desvalorização docente, o que passa, obviamente, pela remuneração das professoras e dos professores. Com o vencimento atual, o magistério vem deixando de ser uma profissão atraente porque docentes trabalham muito, não podem parar de estudar e levam serviço para casa sempre. Quando o vencimento é baixo, isso reflete diretamente na formação inicial, continuada e até no comprometimento e envolvimento dos profissionais da Educação com as questões educacionais. Longe de justificar a irresponsabilidade ou a falta de ética, considero aqui as professoras e professores que abandonam o magistério por questões financeiras, além de estudantes da Ed. Básica que não escolhem os cursos de licenciatura porque veem na docência uma carreira pouco promissora.
Uma das questões que mais me chama a atenção é a desvalorização docente, o que passa, obviamente, pela remuneração das professoras e dos professores. Com o vencimento atual, o magistério vem deixando de ser uma profissão atraente porque docentes trabalham muito, não podem parar de estudar e levam serviço para casa sempre. Quando o vencimento é baixo, isso reflete diretamente na formação inicial, continuada e até no comprometimento e envolvimento dos profissionais da Educação com as questões educacionais. Longe de justificar a irresponsabilidade ou a falta de ética, considero aqui as professoras e professores que abandonam o magistério por questões financeiras, além de estudantes da Ed. Básica que não escolhem os cursos de licenciatura porque veem na docência uma carreira pouco promissora.
Em 2015, o valor do piso salarial nacional do Magistério é de R$1.917,78 para a carga horária de 40 horas semanais (BRASIL, 2015; PORTAL BRASIL, 2015).
O salário mínimo nominal do País é de R$788,00 para 44 horas semanais.
Considerando-se que o mês possui 4 semanas, pode-se dividir o valor do piso salarial nacional para o magistério e o valor do salário mínimo nominal por:
A. 1.917,78 : 160 = 11,99, o que significa que professores recebem R$11,99 por hora-aula.
B. 788 : 176 = 4,48 o que significa que trabalhadores assalariados, que recebem um salário mínimo por mês, recebem R$4,48 por hora trabalhada.
Agora, se considerarmos o salário mínimo necessário, no mês de maio, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE, 2015), vamos trabalhar com o valor de R$3.377,62 para o salário mínimo.
Isso significa:
C. 3.377,72 : 176 =19,19, o que significa que trabalhadores assalariados deveriam receber R$19,19 por hora trabalhada. Isso é 4,28 vezes mais do que o valor real recebido de R$4,48 por hora trabalhada (19,19 : 4,48 = 4,28)
D. Se multiplicarmos a hora-aula de R$11,00 por 4,28, teremos: R$47,08 que é o valor que deveria ser pago aos professores por hora aula, o que, multiplicado por 160 (número total de horas trabalhadas), dá o valor do que deveria ser o piso salarial do magistério, tomando-se por base o valor do salário mínimo necessário informado pelo DIEESE (2015): R$ 7.532,80.
Ou seja, o valor do piso salarial nacional do magistério deveria ser de R$7.532,80, considerando-se o salário mínimo necessário "a remuneração mínima devida a todo trabalhador adulto, sem distinção de
sexo, por dia normal de serviço e capaz de satisfazer, em determinada
época, na região do país, as suas necessidades normais de alimentação,
habitação, vestuário, higiene e transporte." (DIEESE, 1993).
Vale muito a pena ver essa entrevista do programa Dois Pontos UFMG, que contou com a participação da Professora Samira Zaidan, do Professor João Valdir Alvez e do Pró-Reitor de Graduação e Professor Ricardo Takahashi sobre a baixa procura pelos cursos de licenciatura.
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