domingo, 28 de junho de 2015

Variação linguística

Durante o estágio, convivi com uma professora que mudou-se do interior de São Paulo para Belo Horizonte e que "puxa o r". Isso quer dizer que ela pronuncia as palavras assim: "porlta", "porlco", "porlque", etc. Ou seja, ao invés de pronunciar o "r" na garganta, ela pronuncia na boca, usando a língua.

Muitas crianças ficavam curiosas ou até achavam engraçado a forma como a professora falava. E ela explicava: "´É porque lá onde eu nasci as pessoas pronunciam o "r" dessa forma" (ou forlma). O que aconteceu foi o contato das crianças com a variação linguística. Pondé e Riche (2002b, p. 31) assim a definem: "uso específico que os grupos sociais e os indivíduos fazem da língua". Assim, as autoras consideram as variantes regionais como forma de variação linguística, ou seja, a pronúncia e até mesmo o vocabulário mudam conforme a região geográfica.

Sobre isso, o autor Marcos Bagno (2007, p.123) afirma que "ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou ao respirar". Defensor de uma gramática que não seja preconceituosa, o autor faz uma bela discussão em seu livro "Preconceito linguístico: o que é, como se faz".

Nenhum comentário:

Postar um comentário